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21 de junho de 2013

Ponto final

Hoje te vi pela última vez,
dizer adeus é triste...

Melhor não dizer nada,
o brilho nos olhos -afogado pelo silêncio-,
não engana!

Acabou...com vontade de
apagar tudo e começar de novo,
mas não!

Lacramos as palavras numa pedra
que atiramos contra os dois,
a pedra ficou inteira,
nós: estilhaços de dor!

Guardo uma dádiva de ternura,
a alegria desbordante só de sentir-te chegar,
o teu riso de frescura.

Tudo o resto nada importa,
não há lugar a reticências,
já colocamos o nosso ponto final.

Maria João FS.
21-6-2013 

19 de junho de 2013

O abraço

Preciso do teu abraço…
Quinze segundos é quanto basta;
não digas nada, fica próximo!

Envolve-me na sobredosagem,
desse teu narcótico abraço.
Preciso do teu abraço...

Só quero que seja sincero,
magnífico em essência,
escorregue devagar no meu regaço,
até oprimir o teu mundo no meu.

Preciso do teu abraço...
cercado de aroma e presença,
da sensorial dopamina do desejo!

Só um abraço teu...
É o que mais quero.

Maria João
19-6-2013. In Clube dos Proetas Vivos


18 de junho de 2013

Há dias assim...

Há dias assim, o relógio para na alvorada,
os olhos, não querem ver: cegam!
as setas mundanas espreitam a cada passo...e atacam!

Há dias assim, nada parece ter solução,
é suposto saber o que não sabes;
alguém conta uma história a partir do fim...na bola de cristal!

Há dias assim, o relógio teima em parar.
Os sonhos já não viajam nas nuvens;
Mas ainda podes ver o céu a dissipar,
esse azul voltará...

Maria João
18-6-2013

Amor migrante

Um dia emigro sem regresso.
Saberás -sem querer-, meu bem,
onde é que mora a saudade.

Viajou numa nave galáctica,
aterrou numa cratera lunar.

Por isso à luz do luar,
a saudade escorre sempre,
no delírio de quem sente!

Maria João
18-6-2013


16 de junho de 2013

Os pequenos prazeres

A tua cor de ébano me abala,
textura suave e delicada;
doce paladar, sabor a ti!
quanto prazer, quanta amargura!

Sofro no âmago por não te ter,
pequeno prazer, grande desventura;
segundo a segundo salivo de loucura.

Aí se soubesses o mal que me fazes,
explodes no meu corpo,
circulas no meu sangue!

Aí se soubesses o bem que me fazes,
alegras-me a alma,
paladar dos Deuses.

Aí se soubesses: esses pequenos prazeres,
transportam moléculas de felicidade.
Nunca mais dizias não,
Para sempre em vão.

© Maria João
16 de Junho de 2013.


13 de junho de 2013

Quadras de Santo António

Comprei este manjerico
que ao meu clube estou a dar,
no dia de Santo António,
para todos alegrar!

Acabada de chegar,
fico feliz de cá estar;
na agradável companhia
de quem me quiser aturar!

Entre poetas me vejo,
nem sei como vou rimar;
os versetes já não faltam
bora lá a festejar|

Maria João
13 de Junho de 2013

11 de junho de 2013

O inimigo imaginário

No dia que começou o combate, estávamos todos preparados. O comandante já tinha traçado a estratégia: enquanto um avança, dois vigiam, um à direita, outro à esquerda; os outros três ficam à retaguarda.

Às armas! Gritou o comandante, e, cada um pegou no arco enferrujado e nas flechas ardentes.

As milícias disfarçaram-se no muro de silêncio...toca o sino, toque de alerta, sino ofuscado pelo toque do coração. O inimigo se aproxima, disforme, não tem face. Uma bola pesada, branca, rola, na nossa direção. As armas preparadas, o inimigo vem, a tropa transpira, os disparos de luz chovem a granel, as setas não atingem o alvo -isso não importa-, o inimigo rebola: uma bola branca incandescente. Ouvem-se os gritos: Uh! Uh! Cotovelos ao ar, socos, chutes, pontapés; resistimos! Pancadaria no inimigo, os nossos gritos são estridentes: Uh! Uh! Pancadaria da boa: um, dois, três, quatro... e o inimigo cada vez maior.

A estratégia muda, silêncio....ocupem os seus lugares, caluda -ouçam a música suave-, o inimigo adormece, cai, desincha, fecha os olhos, transpira, derrete, a música acaba e ele derrete. Arrumamos as armas dentro de nós, adormecemos também -ao som da música-, perspiramos , numa batalha marcial. E quando tudo acaba...só resta recomeçar, preparados para derrotar o inimigo imaginário que temos dentro de nós.

© Maria João
11-6-2013. In Clube dos Proetas Vivos.

Os meus segredos

Não me peças os segredos,
que levo dentro de mim,
dos imperfeitos amores que palpitaram à minha porta.

Não me peças que te explique
o que foge a qualquer razão,
imperfeito como a vida, perfeito para o coração.

Os meus segredos de amor,
quero guardá-los inteiros, com sabor e dissabor,
imperfeitos e verdadeiros.

Não me peças que te explique,
de estórias está o mundo cheio,
brindemos o nosso amor,
seja bem-vindo como o primeiro.

© Maria João
11-6-2013. In Clube dos Proetas Vivos.