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2 de agosto de 2015

A minha dor não te dói

– Como estão as suas dores, dona Dores?

– Assanhadas! As malvadas têm vida própria. 


Quando lhes apetece começam a dar sinal, tal como os sinos da igreja, e só me largam se um problema maior aparece, então, elas -as dores-, ficam envergonhadas porque algo mais importante lhes tirou a sua vez!


A dona Dores abriu o porta-moedas e pagou a conta, mas antes explicou detalhadamente à lojista o tratamento milagroso que estava a fazer, até comprou uns raminhos de alecrim para por atrás da orelha. Sábia forma de reavivar a memória, alecrim, umas caminhadas na areia dura da praia e ainda melhor: nadar contra a corrente para afastar as suas dores de costas!


– Valha-me Deus, vizinha, até já estou cansada só de ouvir, eu cá tomo uns comprimidos e repouso, porque as minhas dores nem são iguais às suas, elas querem descansar e eu, faço-lhe a vontade!


@Faísca Maria
2-8-2015







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